terça-feira, 9 de março de 2010

Infância

Aah sim. Os bons tempos. Os tempos em que não há preocupações, em que nos protegem de tudo, em que há cuidado na maneira como as coisas nos são ditas, em que nos escolhem a roupinha todos os dias, em que nos levam pela mão no primeiro dia de escola e esperam por nós em casa no fim do dia para contarmos tudo. Tenho saudades desses tempos. Ainda me lembro de me levantar ás 6h da manhã para ver os desenhos animados, desde que o canal abria. Agora nem ao meio-dia me consigo levantar! Via todos, de manhã até á noite. A minha avó fazía-me companhia e também os conhecia todos. Lembro-me de comer bolachas a toda a hora, de beber leite com chocolate cujos pacotes tinham desenhos de alunos de todo o país, lembro-me da hora do flúor que eu odiava, lembro-me de que todos eram amigos, todos brincavam uns com os outros. Se alguém se desentendesse, no fim do dia já eram amigos. Lembro-me de dar passeios com a minha avó que me ia buscar á escola, que os nossos pratos favoritos eram coisas tão simples como salsichas com batatas fritas e ovos estrelados. Lembro-me que os trabalhos de casa eram feitos com vontade, que se faziam assim que se chegava a casa. Tenho amigos que foram da minha turma até ao secundário, sempre juntos.
Mas precisamos de crescer. Começam as mentiras, a dor, a traição, os risos falsos, as "facadas" nas costas, o "somos amigos pelas tuas costas"... E isso é mau. A inocência que nos acompanhou até agora vai-se perdendo e tudo o que nos resta é a esperança de que quem conhecemos ainda seja aquela pessoa que sempre conhecemos e que não haja nenhuma "verdade" para vir ao de cima. Na opinião deste bago de arroz, a infância é o melhor tempo de todos.

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