domingo, 28 de fevereiro de 2010

Asneiras

Se há coisa que me irrita é quando estou ao pé de alguém que manda umas poucas de asneiras sem razão nenhuma. Ainda percebo quando alguém está zangado, triste, quando está com dores, ou até mesmo muito contente, é normal soltar umas palavras que, vá, não são bem aceites no contexto social. Mas quando por razão nenhuma se ouvem uns alhos e bogalhos a sair da boca de alguém, não fica bem. No outro dia, estava com uns amigos e havia um rapaz que em cada frase, dizia umas 3 asneiras. Não é bonito. Sei que há gente que não quer saber disso, que acha que é livre de dizer o que quiser mas porquê asneiras? Se não são bem aceites, porque não dizer "caraças!" ou "bolas!" ou "caramba!"? Não custa nada e não fica tão mal.
Outra coisa que me impressiona é capacidade de elevar a voz que certas pessoas têm. Uma pessoa uma vez disse-me "Quando alguém levanta a voz, é porque perdeu a razão.". Sempre gostei desta frase. Acho que vou começar a falar normalmente quando estiver a discutir com alguém. É capaz de ser interessante. Mas isto é apenas a opinião de um bago de arroz...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Partilha

Há certa de 3 anos, entrei para o ensino secundário. Conhecia apenas os meus colegas do ensino básico e continuei na companhia daqueles que foram para a mesma escola que eu. Penso que de início não me encaixava na minha turma, considerava os meus colegas um pouco convencidos e como já todos se conheciam, sentia-me posta de parte visto não conhecer ninguém na minha turma. Confesso que não faço amigos facilmente. Requer muito tempo, paciência e a pessoa em questão tem que partilhar a maior parte dos meus ideais. Uau, será que sou daquelas pessoas que tem uma lista e só se permite aproximar de alguém caso vá de encontro a maior parte dos seus requisitos? Acho que não, apenas penso que, como qualquer pessoa, fazemos amizades com quem nos identificamos e que partilha os mesmos interesses que nós próprios. Anyway, lembro-me perfeitamente de uma aula de matemática em que tínhamos que fazer grupos e conjugar umas peças de modo a criar algo que já não me recordo (contradição?), fiquei com duas colegas e um colega que já se conheciam e portanto senti-me um pouco de fora do “projecto”. Viria o destino vir a sentar-nos juntos muitas vezes nas aulas, referindo-me ao colega. Foi a primeira pessoa (talvez tenha havido simpatia por parte de outros colegas mas considero este meu colega o primeiro) que falou comigo. Pediu o meu endereço de e-mail e pensei “parece que afinal já não vou ser anti-social até ao fim do ano”. Apesar de não ter expressado alguma emoção parecida, fiquei extasiada com este pedido. Finalmente havia alguém que se interessava em mim! Os dias passaram, as conversas foram acontecendo e os interesses foram partilhados. Este meu colega mostrou-me coisas que até então me eram totalmente desconhecidas, mostrou-me coisas que ainda hoje estão sempre comigo. Apresentou-me aos seus amigos (também meus colegas de turma), alguns dos quais foram a minha companhia durante os todos os meus anos no ensino secundário, amigos que nunca irei esquecer, aqueles que nos ficam na memória. Foi este meu colega que me deu horas de alegria com conversas sobre séries, música, filmes, pessoas, até á mais estúpida parvoíce. Com o passar dos anos, tornámo-nos muito próximos. Partilhámos coisas íntimas, coisas que apenas nós os dois sabemos sobre o outro. Coisas que fazem deste meu amigo a pessoa que talvez me conheça melhor. Foi ele que sacrificou horas de sono matinais para poder fazer-me companhia nos tempos em que tínhamos furos no horário. Foi com ele que fiquei até às 6h da manhã á espera do comboio e que bebemos suminho de laranja na casa da tia dele e que falámos de coração aberto, sem preconceito, indiscrições ou vergonha do que o outro pode pensar. Foi com ele que dei as maiores gargalhadas, que tive as conversas mais sérias, que desabafei e ouvi o que ele tinha a dizer, que partilhei os maiores momentos de loucura, que disse coisas que nunca pensei dizer ou fazer. Encontrei nele um amigo para a vida, aquele amigo que só vemos nos filmes e nas séries, aquele amigo em que se pode confiar sempre. E apesar de já não estarmos juntos tantas vezes quanto desejaria, penso nele cada vez que alguém não percebe aquela piada ou aquela frase que ele apanhava logo á primeira ou que até dizia ao mesmo que eu. Tenho saudades de todas aquelas piadas que só nós percebíamos. Agora que estou no ensino superior, é dele que sinto falta todos os dias, daquela companhia de todos os dias, com que partilhava grande parte do meu dia e que mal podia esperar para ver no dia seguinte. Tenho saudades dele todos os dias. E apesar de podermos morar a quilómetros e quilómetros de distância e de mudarmos ao longo dos anos, não vou deixar que esta amizade se perca. O meu melhor amigo chama-se João. I love you, man.

inverno

Odeio o inverno. Odeio o frio, o vento, a chuva, o granizo e termos de andar sempre cheios de roupa. Odeio as constipações, os lenços de papel e o nariz vermelho de fio e de tanto assoar. Odeio ter de me embrulhar em mantas para me sentir bem, os arrepios pela espinha acima cada vez que o frio toca no fundo das costas quando a camisola não tapa tudo ao baixar-nos. Odeio o mau humor, o cabelo e a roupa molhados porque me esqueci da sombrinha em casa. Odeio que o meu carro já idoso não pegue porque está muito frio ou porque apanhou muita humidade. Odeio os dedos frios dos pés e das mãos, o peso de todos os cobertores em cima de mim quando me deito na cama. Odeio o mau isolamento da minha janela que deixa entrar o frio da serra pelas brechas e que faz com que o radiador esteja ligado para nada porque o ar frio é frio demais. Odeio olhar pela janela e ver a rua cheia de poças, odeio ver a chuva a cair e saber que não posso ir para a rua. Odeio quando se criam mini-tempestades (ou grandes, conforme o caso) quando o vento se conjuga com a chuva e o som que o vento faz contra a minha janela me assuste porque parece que vai rebentar com a persiana e o vidro e fazer entrar toda a chuva. Odeio ter de recear que esteja a chover demasiado e que possa haver inundações. Odeio este momento em que escrevo e que olho para a minha janela e vejo uma chuva torrencial na rua e sinto o frio em todo o meu corpo. Odeio saber que o meu pai abusa na velocidade de vez em quando e me preocupo dez vezes mais quando anda sozinho de manhãzinha ou á noite e chove porque tenho medo que o carro despiste. Odeio ter de pensar que não posso trazer o carro para a serra porque pode não pegar na sexta-feira devido ao frio e á chuva. Odeio ter de carregar com a sombrinha que ou é demasiado grande e é incómoda de levar para todo o lado ou é pequena e quando a ponho dentro da mochila, molha-me os livros e os cadernos por baixo, criando manchas que fazem parecer que tenho livros velhos ou que não me preocupo com o bom estado das minhas coisas. Odeio as pessoas que dizem que adoram o inverno porque neva e podes ir brincar para a rua, enquanto se “esquecem” de referir o frio de rachar que por vezes nos impede até de sair do sofá porque o corredor não tem radiador e a diferença entre os quartos e o corredor nos faz arrepiar e ter de andar a correr para divisões quentes. Odeio pensar que noutra parte do mundo é verão e aqui tenho de me contentar com o olhar para a chuva. Odeio cachecóis e gorros porque me fazem nós no cabelo. Odeio luvas porque agarram todo o pó e cabelos, o que faz parecer com que sejam velhas e sem piada. Odeio quando o vento passa por baixo da sombrinha aberta e faz com que fique toda despenteada. Odeio não haver calor. Odeio ter de ficar com a torneira da água quente sempre ligada porque está demasiado frio enquanto tomo banho, implicando maior conta de água e gás. Odeio ter de pensar todas as manhãs se está frio ou não durante todo o dia, para poder escolher a quantidade de roupa que terei de usar. Odeio as pingas de chuva que ficam no fundo da janela e que quando secam acumulam o pó da rua e tornam a janela suja. Odeio ter de ficar á espera que a chuva pare para poder sair de casa, apesar de saber que não vai parar e que vou chegar atrasada e com os pés e calças encharcados porque o vento decidiu empurrar a chuva na minha direcção. Odeio ver pessoas conhecidas passar de carro por mim e eu ter de ir a pé para onde quero ir. Na opinião deste bago de arroz, odeio o inverno.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ridículo

Ahah. (Por favor, tenham em conta que quando digo "adoro" estou a ser irónica.) Adooooro ver programas com histórias chocantes e diálogos super profundos e sentimentais. Não há nada como ver alguém a escrever uma carta e o que está a ser escrito ouve-se em voz off, uma coisa muito profunda e sentimental. Adoro aqueles diálogos em que as personagens principais se confrontam e dizem tudo aquilo que lhes vai na alma, que não podem ficar juntos porque o irmão dela é primo da vizinha do outro que tem um filho com o sobrinho da prima da avó dele. Todos aqueles enredos super complicados e que no fim acabam sempre por dar no mesmo: ele fica com ela e todas as personagens que se odiavam durante os programas acabam por ser os casais no fim. Por isso é que não vejo novelas. São sempre a mesma porcaria, por mais diferente que seja a história, o enredo e o fim é sempre a mesma porcaria. Odeio novelas.Odeio que haja canais que passam 47 mil novelas umas a seguir ás outras e temos de esperar horas e horas para podermos ver aquele filme que dá ás tantas da madrugada por causa da porcaria das novelas. Odeio que ocupem o tempo de televisão em que podiam estar a passar séries aclamadas e de qualidade que decidem passar ás 4h da madrugada, depois dos programas que NINGUÉM VÊ em que se liga para lá para ganhar dinheiro. Só para verem a quantidade de pessoas que vêm estes programas, ligaram para lá e a apresentadora já conhecia a pessoa pela voz, tal não foi a quantidade de vezes que o raio da pessoa foi a única que ligou para lá. Porque não ocupar aquelas horas desperdiçadas em novelas com séries premiadas, de culto, que possam servir para mostrar o que é produção de qualidade? Esta é a opinião irada de um bago de arroz!

Influências

Toda a gente diz que quando está com um certo tipo de humor ouve um certo tipo de música. Por exemplo, quando está triste, ouve músicas calmas e deprimentes; quando está zangado(a), ouve músicas com muita batida e letras iradas (adoro esta palavra.); quando está contente, ouve música para saltar, com letras de amor ou inspiradoras; e por aí fora... Eu não. Eu não ouço música quando estou num certo tipo de humor. É a música que me põe assim. Considero-me um folha branca cada vez que abro o iTunes. Estou numa zona completamente nula antes de ouvir qualquer tipo de música. E é á medida que começo a ouvir aquela conjugação de sons e vozes que moldo o humor do dia. E normalmente fico assim para o resto do dia, a não ser que ouça uma outra música que me consiga mudar o temperamento.
E aquela sensação de ficar com uma música na cabeça TODO O DIA? É horrível! Já cheguei a ter a música da Heidi, do Dragon Ball GT, dos Anjos... Enfim.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Retrospectivas

2009 foi um ano de mudanças para mim. Definitivamente.
Foi em 2009 que passei a ser "maior de idade", apesar de não ligar muito a idade e rótulos a que elas se aplicam;
Foi em 2009 que tirei a carta de condução. Para mim, foi óptimo. É um sinónimo de independência na minha opinião, poder ir para qualquer lado sem depender de ninguém...;
Foi em 2009 que entrei para a universidade, entrei no curso que queria e fiz novos amigos;
Foi em 2009 que comecei a "abraçar" o meu lado feminino, a andar de saltos e saias (sim, porque até agora era ténis e calças todos os dias. Agora ainda os uso mas gosto de variar);
Foi em 2009 que comprei o portátil que queria há tanto tempo. Foi óptimo para mim, é bom ter algo que é só nosso, onde guardamos as nossas coisas sem nos preocuparmos com que os outros possam ver algo que nao queremos;
Foi em 2009 que me tornei ainda mais próxima dos meus antigos amigos;
Foi em 2009 que vi filmes que mudaram a minha vida;
Foi em 2009 que vi os Kaiser Chiefs ao vivo com o meu melhor amigo;
Foi em 2009 (quase 2010) que passei de ano da melhor maneira;
2009 foi um dos melhores que já tive. É apenas a opinião de um bago de arroz...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Caridade

Ontem, ao dar um passeio pela cidade, deparei-me com um sem-abrigo que pedir esmola. Desembolsei uma nota e uns trocos que tinha na carteira e pu-los num copo grande de Coca-Cola vazio que estava em frente aos seus pés mal tapados pelas meias esburacadas e pelos all-Star claramente usados por alguém que os havia deitado no lixo e que este indivíduo decidiu que seria um bom aconchego aos seus pés com certeza frios. O som que as moedas fizeram no fundo do copo deu a entender claramente que não foi muita gente que havia parado ali. Ou isso, ou o senhor havia retirado as moedas que lhe haviam sido dadas do copo para dar a ideia de que não era muita a caridade a ser vista por aquela zona. Sempre preferi manter a inocência. Sempre preferi ter a ideia de que contribuia para a compra de pão e alimentos e não para a compra de drogas, contribuia para a compra de roupas para os filhos ou para eles próprios e não para a compra de armas. Sempre fui muito inocente nestes assuntos. Há uns tempos, estava a comprar um bilhete para do metro e um individuo abordou-me e pediu-me 0,75€ que lhe faltavam para o bilhete do metro. Fiquei com pena do senhor e dei-lhos. Assim que me fui embora, a amiga que estava comigo disse-me "estás parva!? acabaste de lhe dar dinheiro para as drogas!" e, apesar de saber que lá no fundo ela estava certa, preferi pensar que este dinheiro era mesmo para o bilhete. Acho piada aquelas pessoas que passam na rua e conseguem simplesmente olhar firmemente para o horizonte e ignorar todos aqueles que pedem ajuda. Acho que são esses que lá no fundo gritam desesperadamente por socorro. Mas isto é apenas a opinião de um bago de arroz...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sorte

Sabem aquela sensação de que tudo vos corre bem num dia? Há lugares bons para estacionar, passas um dia com boa companhia, não há filas no trânsito, sentimo-nos bem connosco próprios... É bom. Hoje foi um desses dias.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Acordo ortográfico

Acho incrível este novo acordo ortográfico. E não no bom sentido. Não basta já ser bastante visível e verificado por diversas pessoas (eu incluo-me nesse grupo...) que os cidadãos portugueses se estão a desligar muito das suas raízes, está a ser perdida a paixão pela pátria, pela terra-mãe... Há gente que nem o hino nacional sabe! Não basta já estar este espírito a desvanecer-se como vieram agravá-lo. Todas aquelas letrinhas "surdas" que se usam no nosso dialecto era uma das coisas que nos separava, por exemplo do povo brasileiro. Não que tenha nada contra o Brasil, muito pelo contrário, acho que os brasileiros são um povo bastante amigável e orgulho-me de dizer que tenhos vários amigos brasileiros. Mas é-me muito difícil assimilar que nos está a ser retirada uma parte de nós. Da minha parte, por mais que me digam, vou continuar a ser old school, com todas as letrinhas onde devem estar. Ninguém me tira isso, não não. Mas é apenas a opinião de um bago de arroz...

Inspiração

É-me um tanto ou quanto complicado aceder ao meu centro inspiracional para conseguir escrever alguma coisa que diga algo ás pessoas. You know, como se vê nos filmes... Acho espantoso como algumas pessoas (vá, personagens... Uau, nunca me tinha apercebido que todos os meus exemplos se baseiam em filmes ou séries... Triste. Dá pra reparar que as experiências pessoais faltam. Em demasia até.) conseguem chegar a casa e dirigir-se rapidamente ao seus portáteis ou diários para desabafarem com eles próprios ou com o mundo e tornar esse desabafo algo que possa ser exemplo para alguém ou lição para eles próprios. Por exemplo, eu tenho uma amiga (sim, mesmo uma amiga, não uma personagem fictícia. E também não é aquela cena do tipo "ai uma amiga minha..." enquanto se está a falar de si próprio.) que quando está triste, deprimida, alegre ou algo fora de normal lhe aconteceu, escreve no seu blog. E devo dizer que escreve maravilhosamente. Acho impressionante como consegue canalizar as suas experiências em palavras que realmente nos tocam lá no fundo. Comigo nunca foi assim. Sempre me baseei em palavras banais, sentimentos superficiais, pouco profundos. E sempre que começo a entrar no espírito de querer "desabafar", perco a vontade e o interesse e deixo as tarefas a meio. Acho que isso é normal comigo, tenho esse hábito. Mas que posso eu dizer!? É apenas a opinião de um bago de arroz...