sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Caridade

Ontem, ao dar um passeio pela cidade, deparei-me com um sem-abrigo que pedir esmola. Desembolsei uma nota e uns trocos que tinha na carteira e pu-los num copo grande de Coca-Cola vazio que estava em frente aos seus pés mal tapados pelas meias esburacadas e pelos all-Star claramente usados por alguém que os havia deitado no lixo e que este indivíduo decidiu que seria um bom aconchego aos seus pés com certeza frios. O som que as moedas fizeram no fundo do copo deu a entender claramente que não foi muita gente que havia parado ali. Ou isso, ou o senhor havia retirado as moedas que lhe haviam sido dadas do copo para dar a ideia de que não era muita a caridade a ser vista por aquela zona. Sempre preferi manter a inocência. Sempre preferi ter a ideia de que contribuia para a compra de pão e alimentos e não para a compra de drogas, contribuia para a compra de roupas para os filhos ou para eles próprios e não para a compra de armas. Sempre fui muito inocente nestes assuntos. Há uns tempos, estava a comprar um bilhete para do metro e um individuo abordou-me e pediu-me 0,75€ que lhe faltavam para o bilhete do metro. Fiquei com pena do senhor e dei-lhos. Assim que me fui embora, a amiga que estava comigo disse-me "estás parva!? acabaste de lhe dar dinheiro para as drogas!" e, apesar de saber que lá no fundo ela estava certa, preferi pensar que este dinheiro era mesmo para o bilhete. Acho piada aquelas pessoas que passam na rua e conseguem simplesmente olhar firmemente para o horizonte e ignorar todos aqueles que pedem ajuda. Acho que são esses que lá no fundo gritam desesperadamente por socorro. Mas isto é apenas a opinião de um bago de arroz...

Sem comentários:

Enviar um comentário