quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mente livre

Gosto de imaginar. Fantasiar. Quer esteja a falar com alguém ou calada a ver alguma coisa. Ou até a fazer nada. A minha mente nunca está sossegada, quieta, em descanso. E na maior parte das vezes, crio cenários tão ridículos que não consigo parar, como se a minha imaginação tivesse vontade própria e não deixasse aquele devaneio parar até chegar ao absoluto ridículos, que não me deixa alternativa senão rir-me do que acabei de "ver" assim que volto ao mundo real.
Para quem vê Scrubs (aka Médicos e Estagiários) é fácil perceber o que estou a dizer. É tal e qual as fantasias do JD, excepto não tão awesome como as dele. E nessas alturas, não vale a pena falarem comigo. Podem estar a dizer-me a coisa mais importante do mundo, o maior segredo de sempre ou mesmo a dizer-me a coisa mais banal de todas, eu não vou ouvir. Nem ver. É como se o meu cérebro desligasse os meus olhos e pusesse uma televisão mental á minha frente e tudo o que vejo são as imagens que estou a imaginar. Literalmente. Não vale a pena. Sempre que entro no meu mundo, no meu canto infinito onde posso ser quem quiser, não há ligação com o mundo real. E assim que "desperto" dou por mim a perguntar-me a mim própria "O que é que aconteceu? Não vi nada..." ou "O que é que disseste?".
Ali posso ser quem quero, fazer o que quero, fazer acontecer o que quero e nada nem ninguém me pode impedir. Porque sou eu que mando aqui! Sou eu que digo quando parar, quando é demais ou quando ainda há algo mais para ver. Posso estar na rua, em casa, a falar com alguém, a comer, a dormir, nas aulas, a ver um jogo de ténis, não há como me parar.
Gosto de imaginar que quando estou a caminhar na rua a ouvir música, estou no vídeo da música, como se o videoclip fosse sobre mim. E é engraçado ver a pessoas na rua a passar por mim, a olhar, enquanto eu dou saltinhos no meio do passeio, para a estrada. Como o meu andar combina com o compasso da música mas ninguém ao meu redor sabe disso porque só eu ouço a música, o que torna a minha fantasia bem real.
Gosto de imaginar que um dia aquele de quem gosto vai dar o primeiro passo, que vamos passar dias juntos, ser felizes juntos. Vejo pequenas cenas na nossa vida juntos que nos tornam mais unidos e que me fazem sorrir, mesmo que haja gente a ver e não saiba porque me estou a rir sozinha.
Gosto de imaginar cenas de acção quando estou num sítio aborrecido, em que sou a heroína. Faço uns saltos mega-ninja e dou cabo de toda a gente, digo uma frase poderosa no fim e saio com um montão des estilo, enquanto toda a gente olha pra mim. Ou mesmo que estou numa banda e que toda a gente fica boquiaberta com a nossa performance.
Gosto de imaginar as coisas mais banais, mais simples e estúpidas, como ver alguém tirar macacos do nariz e as consequências disso, ver alguém cair das escadas ou da cama, e por aí fora... Coisas tão ridículas que me fazem rir sozinha e ter de dar uma desculpa esfarrapada a quem me pergunta do que me estou a rir. Já calhou até deixar sair um "NÃO!" e reparar que toda a gente está a olhar para nós com os olhos esbugalhados e nós soltamos um sorriso amarelo, acompanhado de um corar horrivelmente vermelho.
Na opinião deste bago de arroz, é ÓPTIMO imaginar.

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